Escultora Arminda Lopes
Bem-Vindos ao meu espaço de expressão!
Arte, palavras, pensamentos e emoções.


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Minha escultura no "Adivinhe pelas ruas" - Concurso Cultural Relâmpago ZH


Libório da Silva Jr. acertou que a foto se tratava da estátua em Homenagem à Mãe - Ronaldo Bernardi

Libório da Silva Jr. foi o primeiro a responder corretamente à pergunta de zerohora.com

O leitor Libório da Silva Jr., do bairro Partenon, em Porto Alegre, é o vencedor do concurso cultural Adivinhe Pelas Ruas.

Ele foi o primeiro a acertar que a foto ao lado era a estátua em Homenagem à Mãe, localizada na Avenida Borges de Medeiros, 1.555, no bairro Praia de Belas, em Porto Alegre. A participação de Libório ocorreu no dia 17 de dezembro, às 7h50min.

Como prêmio, ele ganhará um exemplar do livro "45 Reportagens que Fizeram História", lançado pela RBS Publicações.
ZEROHORA.COM

O final da dança: Moema,eu,Neca,,Judith e Negra


Sexta-feira novo Natal

      Numa sexta-feira passada fizemos nosso Natal do amigo-secreto.
     Amigos de muitos anos. Loucos de varrer.
     Já tínhamos escolhido nossos amigos. Inventado uma apresentação para os maridos. Elas  toparam , uma  só tinha resistência: temos que beber muito antes.  Bobagem nem precisou tanto.
     Todas sem tempo para grandes ensaios. Houve só um ... de uma hora, à tarde do mesmo dia. Era uma música de Natal que iríamos interpretar. Confeccionamos a roupa (com cola quente), cortamos em cartolinas vermelhas grandes corações, que ofertamos para os maridos.
     Muito louco e muito divertido.
     Para identificarmos nossos amigos tínhamos que escolher objetos entre mais de 500 itens( material de trabalho da minha amiga Neca), que espalhamos no chão.

     Acabamos de pés no chão, vestidas de Mamãe Noelas e prá lá de Bagdá!
    

Mais uma vez ...o Natal

                      Recordo-me agora dos natais de meus filhos.
                      Morávamos num outro condomínio aqui na zona sul. Eram 18 casas e 18 casais começando a vida familiar. Todas alí chegamos para viver um tipo de vida completamente diferente do até  então. Era um condomínio horizontal , como diziam. O primeiro de POA. Nós que vínhamos de São Paulo, onde já era comum este "jeito de mora", optamos por "sair"da cidade e dar uma qualidade de vida diferente para nossos filhos.
                     Formamos uma grande família e grandes amigos.
                     Éramos jovens,  tínhamos muitos sonhos, muitas alegrias e muito consolo quando precisávamos.
                    Todos os natais organizávamos um teatro. Eu escrevia o texto e combinava os ensaios regados a caipira ou champanhe. para descontrair...

                    Fazíamos os figurinos, ensaiávamos e numa tarde de sábado antes do Natal apresentávamos nosso teatro para as crianças que já esperavam ansiosos todos os anos.
                    O" espetáculo de final de ano"  começou  a ficar famoso a cada ano a platéia aumentava: avós, tios, amigos das crianças e dos pais. ...era simplesmente uma grande festa.
                    Acontece que houve um ano que alguns adultos se estranharam e não tinha clima para a realização da festa e muito menos de juntar desavenças.
                    Silêncio. Ninguém falava sobre  a festa e as crianças logicamente perceberam o astral.
                   Agora vem o mais incrível: no sábado anterior ao Natal recebemos, todos os pais, um convite para tal hora estar no salão de festas.
                  As crianças se organizaram, fizeram o texto, figurino e representaram um auto de natal, com coral e tudo mais.
                  Foi muito emocionante e uma aula de bem viver.
                  Os adultos-crianças sentiram o valor  e o objetivo daquele desempenho maduro das crianças-adultas.
                  Foi uma experiência muito importante para todos nós.
                  Aquelas crianças, hoje adultos são verdadeiros amigos e frequentemente se reúnem e festejam a felicidade de viver.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Tati Guimarães

                     Tati, Tatiana minha amiga muito especial. Olhos incríveis, de um verde água inigualável,  penetrantes, cheios de uma energia superior.
                     Tínhamos uma ligação ,creio eu, de muitas vidas. Ela de longe me conectava e sentia minha energia e se achasse que eu necessitava vinha em meu auxílio. Eu me entregava de corpo e alma ao culto que executava. Era mestra e me ajudou a me equilibrar espiritualmente.
                     Trocamos  muitas histórias de nossas vidas.
                     Agora partiu prematuramente, mas tenho certeza que continuaremos participando do mesmo círculo de luz. Ela agora é luz pura.
                      Obrigada Tati por ter participado da minha vida

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Minha árvore de Natal está pronta.


Voltando ao Natal

  
                                Enquanto arrumo minha casa filmes da minha vida vão passando e coisas que nunca mais tinham me retornado a lembrança aparecem agora muito vivas.
                                Sempre o Natal na nossa casa foi muito festejado. O Papai Noel aparecia de fato,  quando "estava muito atrasado " ficávamos aflitos e quando menos esperávamos os presentes apareciam arrumados embaixo da árvore.
                                Minha mãe arrumava a árvore e fazia presépio com laguinho feito com espelho, areia colada em papel pardo para parecer a estrada percorrida pelos reis magos. Tinha também a manjedoura onde ela utilizava palha ... Tudo era feito com muito detalhe e carinho.
                                Minha avó, que morava conosco, fazia sempre balinhas, dizia ela, e pendurava na árvore . Eram sete balas porque sete éramos nós crianças irmãos. Na verdade ela enrolava um dinheiro que estipulava a quantia cada ano, em formato de bala e as colocava no meio dos enfeites coloridos e velas pequenas que eram acesas na noite do Papai Noel .
                                 Era muito bom!
                                 As casas todas iluminadas e de portas abertas. As crianças corriam na rua, entravam de porta em porta, para saber o que o o Papai Noel tinha trazido para os outros.
                                 Os vizinhos compartilhavam da alegria ,vinham abraçar e me lembro que nesta noite minha mãe ia até a rua e participava.
                                 Minha mãe sempre foi muito recatada, passava só envolvida conosco e com sua casa. Era também muito tímida e tinha poucos amigos que se visitavam só em dias de festa.
                                 Meu pai pelo contrário estava sempre fazendo barulho. Tudo para ele era muito intenso. Tinha muitos amigos, participava ativamente de tudo o que acontecia na cidade . Ele não gostava de padres, mas íamos as quermesses da Catedral e ele dava todos os lances possíveis para arrematar o melhor da noite. Quase sempre era um porco assado.   Ele era uma verdadeira festa e tinha muito orgulho dos sete filhos.
                                 Minha avó adorava os padres, vivia na igreja e queria nos obrigar a ir a missa aos domingos, o que o meu pai ficava muito brabo.
                                 Agora eu penso que a minha mãe, além das loucuras dos sete rebentos, tinha a sogra e o nosso pai que ocupava muito espaço. Era quase impossível existir espaço para ela .
                                 Morávamos em Santa Maria, lugar em que nasci.

Carmem Gamba

Quem quiser saber o que a Carmem está fazendo é só dar uma olhada do site:   www.margs.rs.gov.br

Ela está a empresa Carmem Gamba
                              Imagem e design
                              Com o foco na sua marca
Está uma loucura !!!
Parabéns Carmem

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Natal

   Agora de volta da Ilha da Fantasia além de resolver mil coisas pendentes comecei a fazer o meu Natal.
Aos poucos vou contar minhas histórias e sentimentos com relação à esta data. Estou decorando minha casa, porque isto também faz a minha história. Faz quatro dias que estou nesta labuta. Pensamentos vêm e recordações de todos possíveis sentimentos.....
Preciso executar o Natal...talvez necessite renascer!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

NY - 14 comentário


                 Acabamos de voltar do The Modern, restaurante do MOMA.    Perfeito, descontraido e comida maravilhosa. Nosso amigo Valmor Bratez nos convidou. Foi uma noite demais agradável. Papo cabeça.
Recomendada saboreei: " Ovo na taça com lagosta ". Espetacular. Quando chegar vou colocar a foto do prato no blog.
   Amanhã estaremos retornando, deixando muita coisa para ver e fazer nessa maravilhosa cidade, mas nós voltaremos para concluir nossa agenda.

NY - 13 comentário

                        
Uma sugestão;  Il Gattopardo na 33w 54thSt  telefone: 212 246 0412
Cozinha italianíssima dos novayorquinos. Nada turístico e na mesma 54thSt duas quadras do hotel London.
Muiiiito bom. Almoçamos algumas vezes.
Vale a pena.

NY- 12 comentário

   Hoje amanheceu chovendo muito e atrapalhou nossa ida a High Line. Íamos conhecer , dizem que é muito linda. Vimos, em outra vinda aqui, a maquete no MOMA...e agora existe de fato.
Vamos ver se amanhã a gente vai.
Vamos tentar também ir na Neue Gallery. Dica do Edgar Diefenteler.
O tempo está ficando curto para tudo que gostaríamos de fazer.
Aproveitamos o dia para comprinhas....também a gente merece.
Agora vamos jantar aqui no hotel mesmo. O restaurante é muito bom....e começar a arrumar as malas.

NY- 11 comentário

                  Ontem fomos jantar no Spice Marquet. Retornamos sempre porque é bom demais.
É tudo de bom : decoração, ambiente, energia e muito vinho. Tomamos umas e outras e muitas outras.
A conta US$  é só vinho!!!!   Muito louco e a comida maravilhosa.
   Recomendo Ginger rice  é um prato indiano e o meu preferido lá.

domingo, 29 de novembro de 2009

NY - 10 comentário

               Hoje é domingo. Passamos o dia no The Metropolitan Museum of art.
Fomos pela manhã e vimos a exposição de Vermeer.  Johannes Vermeer.
Jóias do século XVII à nossa disposição.
São cinco e o mais lindo, sem dúvidas , é o The Milkmaid. As pessoas se aglomeravam para olhá-lo.
A curadoria construiu um diálogo com outros importantes pintores contemporâneos que usavam a mesma linguagem.
               Imperdível.  É  a segunda vez que The Milkmaid visita o Metropolitan .
               Depois fomos ver a mostra Art of the Samurai.
               Além da incrível arte de seu armamento, objetos e roupagem tivemos a oportunidade de assistir um filme com todo o processo desde a criação , fundição e acabamento de um Katana a espada curva usada pelos Samurais.
               Ainda por lá  Robert FranK's The Americans   desenhos, pinturas e fotografias.
               ...e para encerrar a Annual Christmas Tree and Neapolitan Baroque Crèche
                                 Lindíssima!





NY - 9 comentário

               Ontem fomos assistir A Little Night Music. Um musical inspirado no livro do mesmo nome e que foi interpretado no cinema por Ingmar Bergman.
Na verdade fomos ver de perto Catherine Zeta Jones .
O musical é bem legal com Angela Lansbury( que era muito aplaudida) e Alexandre Hanson.
Foi muito bom vê-la  interpretar e cantar. Tem uma voz muita linda . Na verdade ela realmente é linda em tudo.
                Valeu!

sábado, 28 de novembro de 2009

NY- 8 comentário

Hoje, sábado pela manhã fomos ao MOMA. O museu pulsava lotado de pessoas de todas as idades. As salas de acervo do museu repletas e a exposição mais visitada era de Tim Burton. A entrada é uma grande boca de um monstro gigante ...e tu és engolido pra uma jornada no ventre da besta.
   São desenhos, são esculturas em movimento explorando shapes e símbolos expressando emoções.
 As crianças na saída recebem um folder, onde podem expressar seus sentimentos, convidados à desenhar e criar seus próprios símbolos.
              Show!!!

NY -7 comentário

Ontem assistimos Burn the Floor:   Inacreditável . Coisas que só NY te proporciona. Impossível mais energia, mais movimento mais criatividade. Músicas do mundo dançadas, cantadas num rítimo alucinante e sensual.
Eu adoro esta cidade . Respira-se arte o tempo todo!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

NY -6 comentário

Hoje assistimos em frente ao nosso hotel a passeata do Thanksgiving. O povo e muito povo parecia muito feliz. Eufóricos.
Almoçamos no Rockfeller Center e fomos assistir no Radio City Hall  - Christmas Spectacular.
Espetacular mesmo.

NY - 5

Ontem fomos ver FUERZA BRUTA -101 east 15th street


É demais . Ë imperdível!!! Trata-se do rito de passagem em ritmo frenético e alucinante....
Sem mais palavras...só vendo.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

NY - 4

             Hoje fomos no Guggenheim   ver a espetacular exposição de Kandisky. É imperdível . Sob a batuta de três curadores conseguiram reunir um grande  número de pinturas. Lá está ele e sua história retratada .
Tem também um espaço reservado para seus trabalhos em papel.
              Acontece lá simultaneamente três outras exposições: Kitty Kraus - instalação, Félix Gonzales Torres e Roni Horn escultura-instalação e  Anish Kapoor com uma única e imensa escultura escondida.
Muito bom.
               Fomos almoçar  num lugar muito aconchegando chamado Caffe Grazie  muiiiiito bom
Vamos sair daqui com alguns quilinhos a mais, apesar de caminharmos muito.
               Vamos jantar aqui mesmo no hotel e vamos para o Lincon Center  assistir o jazz que nos recomendaram aqui.
               Vamos lá....

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

NY- comentário 3

Será que o 11 de setembro tem algo a ver com este novo posicionamento????

Comentário NY 2


Acabamos de chegar. Fomos jantar no italianíssimo Trattoria dellarte para reviver momentos gostosos de outras épocas. Quase todas as vezes que viemos aqui guardamos uma noite para jantar lá.  Muito bom.   Depois saimos caminhando até Times Square.   A noite era dia. Muita, mas muita gente caminhando com alegria e com muita segurança. Times Square , como todos sabem, hoje é rua fechada e as pessoas tem direito de usufruir daquele espaço. Perguntado  sobre como os transeuntes e motoristas  reagiram com esta tomada de atitude dos novayorquinos,   alguém morador daqui responde: sem problemas toma-se outro caminho....

Estar em New York Comentários

       Estou em NY.  Eu tenho plena convicção que mereço estar em NY.
       Depois de uma noite no avião sem dormir, porque me esqueci do meu remédinho, chegamos e nos dirigimos ao London New York Hotel, indicado e muito bem indicado pela Beth da Ouro e Prata.
       Esta cidade de sonhos está se preparando para o Natal. As vitrines coloridíssima remetem ao mundo  dos contos de fada, das aventuras do circo, do imaginário infantil.
      O frio de 5 ou 6 graus deixa-nos muito à vontade e com mais vigor para caminhar e bisbilhotar absolutamente tudo. Esta cidade fantástica anoitece agora pelas 4,15h  acreditem. A noite  novayorquina então começa bem cedo. É uma experiência no mínimo gostosa.
     É gente que vai ...é gente que vem. Rápidos e ávidos, acredito, para para viver o próximo momento .
     Ontem reencontramos com um grande amigo brasileiro- Walmor Bratez que mora nun belo apartamento em frente ao Central Park. Além de atualizar informaçãos do Brasil recebemos dicas importantes de onde e   do que está acontecendo aqui . Vamos cumprir o roteiro.
Fomos juntos jantar no Bar Boulud- excelente culinária e  aconchegante lugar.
     Hoje caminhamos muito e vamos jantar num restaurante italiano que sempre vamos quando estamos aqui.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Madona - série Perdas


Texto de Lya Luft sobre a exposição Perdas - a estética da dor


As surpreendentes mulheres de Arminda Lopes brotam da terra e são terra.
São pura dor, por isso, eventualmente, abraçam umas às outras para se consolar.
Também abraçam o vento para que alivie o fogo que as devasta.
Curvam-se como se partejassem a si mesmas e à
humanidade inteira que nasce desse espanto pela existência
lançada do escuro do ventre para o escuro da terra que lhe dá textura, destino e cor.

                                                                        Lya Luft /2004

Texto que criei para Perdas- a estética da dor


Sou terra. A terra, o barro, é meu aliado,
é conivente, é meu ponto de equilíbrio.
Ele acalma minha alma e minha dor.
As mulheres são minhas parceiras.
Acompanharam a ainda participam da elaboração de minhas perdas.
Passaram pelo sofrimento louco, pelo medo,
pela desesperança, pela entrega e pela tentativa de conforto.
Ficaram como eu por aí...
Faltou a conformidade, faltou a aceitação.
Pode ser que um dia elas voltem e completem o ciclo.
Acredito que o tempo às traga de volta.
Por enquanto é o que tenho condições.

Arminda Lopes

Arte no Iphone série escadas


terça-feira, 17 de novembro de 2009

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Arte Digital


Meus desenhos no i-phone
Arminda Lopes






Vento

o vento ventou
um vento vadio
varreu as folhas do meu quintal,
soprou uma brisa morna e faceira
limpou minhálma de um tempo mau.

Tirou com força, mas delicado
aquela dor tão infernal...
...e o vento voltou,
voltou mais calmo
mais calmo ficou
o meu quintal.

Arminda lopes

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O frio

É um frio tão cortante
é um vento gelado
é um amargo amarelo
do fel do passado
do aperto sentido
de um tempo perdido?
do amor tão sofrido?
de algo vivido?
ou é apenas o medo
do que a vida reserva?
e a alma conserva
uma força...Minerva.
É algo por vir
o que se tem por sentir
e quem terá que partir?
é a dor por parir?
e o frio continua
cortando minha carne
meus ossos refletem
um grito de alarme...
Preciso beber um vinho sangrento,
que seja um unguento
pra sobreviver...
e até um acalanto
pra uma alma em tormento
voltar a viver!
A noite me assusta
e o cérebro busca
as sombras perdidas
e por nós escolhidas
pra na sombra ficar,
mas o vento gelado
vai buscar no passado
a vinho do cálice
que escolhi não tomar.


Arminda Lopes

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Miseráveis - A estética da Dor


Foto: Marcelo Moreira - Exposição Miseráveis - A Estética da Dor
Palácio das Artes - Belo Horizonte/MG  


É impossível passar sem ver!
É impossível fingir ignorar!
É impossível ficar de boca e coração calados!

Sinto o peito doer, doer aos farrapos... em farrapos pelos farrapos.
Preciso despertar corações que optaram pela cegueira.

É tempo de acordar e sacudir nosso país.
Algo precisa ser feito. Que este seja o começo: a conscientização.
A conscientização  de uma grande mudança.

Deixo uma pergunta:
Quão miserável és tu que não enxergas a miséria do teu povo?

Arminda Lopes

Texto escrito para a mostra Miseráveis - a Estética da Dor

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Paulo Amaral - Estados da Alma

Posto aqui o poema especial que recebi do amigo Paulo Amaral
sobre minha exposição "Estados da Alma"


Foto: Carmem Gamba
Exposição Estados da Alma no Museu Júlio de Castilhos



Catedral
                             Para Arminda Lopes

Na catedral das dores,
Impera o silêncio dos corpos
Eles contêm, cada um à sua maneira,
O drama de quem ali ousa

Impossível fugir daquela nave espessa, opressora de consciência
Escapar à cobertura que desaba todos os dramas
Sem que em mim reverbere o eco das mazelas humanas

Desumanas

A fome,
O desprezo,
A morte.

Esta, a mais serena das sensações naquele templo
Escuro
Pois há de por fim em todas as outras,

Pecados leves

Confissões tardias e inescapáveis de meus assombros,
De minhas omissões,
De meus atos,
De todos os meus pensamentos

A contrição que agora revolve dentro
O sumo da indiferença,
Sempre

Seu nome é dor.
Ela jaz no frio chão da igreja
O seu lugar de nascença

Rasteiro

A escória da humanidade toda

Paulo Amaral
Outubro de MMIX

Armindo Trevisan - Estados da Alma


Abaixo o texto carinhoso do professor e amigo Armindo Trevisan
sobre minha exposição "Estados da Alma"


Foto: Carmem Gamba
Exposição Estados da Alma no Museu Júlio de Castilhos


Arminda Lopes:
Obrigatório ver o que ela está expondo.
                          
Armindo Trevisan



Escrevo...para vocês, leitores, considerados o “grande público”,
a vocês que ousam formular a questão:
“Existem, ainda, obras de arte visuais que mereçam ser visitadas?”


Antes do mais, admitamos um fenômeno:
a maioria das pessoas não sabe a qual critério recorrer,
que lhes permita olhar para algo para uma produção
simbólica com um mínimo de simpatia. Caímos numa espécie de ceticismo estético.
Já somos “agnósticos” em arte!
As pessoas olham para o que lhes é apresentado como “criação estética”,
torcem a cabeça, sorriem (ou, mesmo, riem abertamente!)...
E afastam-se com enfado ou desdém.


É certo, por outro lado, que vivemos uma era de minguado “eros” simbólico,
de quase inexistente capacidade para avaliar alguma coisa
pelo critério de sua vinculação a um valor imaginário do passado,
digamos, da História da Arte. De tanto inventarem novos mundos,
de tanto perseguirem a pedra filosofal da genialidade,
de tanto agredirem os olhos do cidadão normal, os artistas passamos a ser,
para o público, pessoas não confiáveis.
Mas, no fim das contas, a quem caberá a razão:
ao público, mais e mais chateado, ou aos artistas, mais e mais provocativos?!


Um pouco de humildade, um pouco de equilíbrio,
ou melhor, um pouco de pudor estético (de desconfiança no gosto subjetivo)
poderia favorecer um retorno ao diálogo.
Não vejo nada no horizonte que anuncie isso.
Vejo apenas uma tendência à arrogância,
que não promete senão uma inflação de arrogância.


Precisamos parar, começar a meditar! Meditar, sobretudo,
nas seguintes palavras de um dos maiores compositores
de música clássica de nosso século, Benjamin Britten:
“Sou um ouvinte impaciente e arrogante;
mas no caso de uns poucos compositores,
muito poucos, quando ouço uma obra deles de que não gosto,
tenho certeza de que a culpa é minha.
Verdi é um desses compositores”.
Se todas as pessoas utilizassem tal critério,
ampliando-o de acordo com a própria ignorância,
existiria maior número de apreciadores de arte.


Escrevo tudo isso por uma razão específica:
para convidar os leitores a irem ao Museu Júlio de Castilhos.
É preciso que mais gaúchos visitem a mostra de Arminda Lopes: “Estados da Alma”.


A temática da artista é delorosa. Ela mesma o confessa:
“Talvez a ncessidade física de sobrevivência,
através da expressão materializada dos estados de minha alma,
me auxilie no processo de purgação da dor.”
Sim, a catarse constitui elemento fundamental da experiência estética.
Diria até que ela é seu subconsciente, mesmo quando,
orgulhosamente, queiramos tratá-la como uma escrava romana...
Eis por que a escultora imaginou sua mostra como um ritual “desviado”.
Um ritual profano”? Até certo ponto.
O profano, não raro, é um anônimo que acompanha o sagrado.
A artista, pois, concebeu sua exposição como ela pudesse
 acontecer dentro de uma Capela.
Expôs, inclusive, no que se poderia qualificar de altar-mor,
um impressionante “Santo Sudário” desligado de suas implicações religiosas.


Peço aos eventuais visitantes da mostra de Arminda Lopes que se fixem,
de maneira especial, nas qualidades intrínsecas das peças em exposição.
Nem tudo nessa mostra é obra-prima.
Existem exageros, tiques de retórica, uma ou outra,
certa tendência subliminal a “épater le bourgeois”.
Afirmo isso não para diminuir a mostra de Arminda,
mas, justamente, para valoriza-la, para exigir maior atenção e emoção para ela,
sobre o que realmente importa nela:
sua qualidade formal, sua expressividade plástica.
Não me peçam para definir isso.
Pode-se definir o aroma de uma orquídea?


Caros amigos, apressem-se a ir ver essa Capela misteriosa!
Detenham-se na presença de determinados “achados”,
tentem descobrir (estas, sim!) a contenção, delicadeza,
a notável síntese entre a modelagem dos volumes,
e o coração estraçalhado de quem os criou.


Demos essa honra à escultora Arminda Lopes!

Acerquemo-nos de uma realização escultórica que não perde
para outras realizações congêneres, exibidas nos museus da Europa.


Com essa mostra, a escultora gaúcha alçou-se à altura
de sua primeira grande mostra-impacto,
a que anos atrás a situou entre os melhores artistas do Rio Grande do Sul, e do país.


Assombro-me que isso tenha ocorrido.
Quando, uma década atrás, a escultora foi minha aluna de História da Arte,
jamais teria imaginado seu vôo futuro. Como o conseguiu realizar?


Talvez impulsionada pela dor de uma grande perda!
É possível que um fenômeno estético tão admirável
só tenha sido viável, porque um mergulho existencial da artista
lhe permitiu encontrar nos abismos do coração humano,
aonde se refugiam os segredos da condição humana,
a misteriosa chave que realmente abre “as portas da percepção”.


(Museu Júlio de Castilhos. Rua Duque de Caxias 1205.
Visitação: até 30 de janeiro de 2010. De terça a sábado, das 10 às 18 horas).

Difícil

Difícil

Difícil é passar sem sentir,
É sentir sem falar,
É falar sem dizer...
É olhar sem sentir,
É sentir sem sentir.

Arminda Lopes

A goteira


O pingo pingava
No canto do quarto
Minha paciência contava
Os minutos do parto
Que parto? Que pingo?
Eu sei que estou farto
Já sinto o respingo
Talvez seja o  infarto.
Meus nervos ? Pressinto
Meu estômago? Farto
Vou fugir, eu não minto
Antes de morrer eu... Parto!

Arminda Lopes

sábado, 24 de outubro de 2009

Exposição Estados da Alma


Foto: Carmem Gamba - Exposição Estados da Alma
Museu Júlio de Castilhos - Porto Alegre/RS



Sinto que é hora de subir ao púlpito.
Não sei se por ter nascido numa família católica,
pelo misticismo que me acompanha, pelo encanto pelos mitos,
pelo não visível, pelas incógnitas, sou uma apaixonada por ritos.
A vida e a dança em seu ritual sempre foram a fonte do meu trabalho.
Passamos de uma linha do tempo, somos a todo momento
participantes como espectadores e atores de grandes
comédias à grandes dramas, até que nos tornemos, então, passageiros.
Passageiros para o incerto...
... E, enquanto fizermos parte desta "dança de cadeiras"
somos implacáveis atingidos por insanos sentimentos que
nos remetem ao limbo, do qual acreditamos
nunca mais sair, até porque, sentimos ser a melhor opção.
Talvez a necessidade física de sobrevivência,
através da expressão materializada dos estados da minha alma,
me auxiliem no processo de purgação da dor... E a dança continua.
Nada foi pensado, planejado ou projetado:
apenas a necessidade do momento.
Uma a uma, foram exorcizando minha alma.
De repente, me deparei com um ritual a ser realizado.
Ele surgiu inconsciente e estava pronto. Era só juntar os pedaços.
Tudo estava muito claro: era uma Capela.
Entendi o processo.
Havia criado a galeria dos insanos, dos passantes... dos fiéis.
A dança do ofertório, o bailado bailava aéreo...
Eram sete os passageiros!
Sobre o altar, o abandono jazia.
No chão, o grito da hipertrofia da alma se consagrava.
Estendido sobre o altar, o Profano Sudário.
... E erguida e pronta estava a partida.

Arminda Lopes



sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O começo

Foto: acervo pessoal - "Dor" Série Perdas - A Estética da Dor


As séries perdas e miseráveis- a estética da dor
representam a materialização da  dor.
São sentimentos  universais e atemporais.
É uma tentativa de sobreviver à dor através da dor.
Espelho de histórias, reflexos do tempo...
de todos os tempos.
Imagens expostas do lado escuro e oculto
de cada indivíduo e de toda uma humanidade.
É, além de uma  catarse pessoal e social,
um meio de luta psíquica, moral e ética.
As duas séries antecedem Estados da Alma,
formando assim a trilogia da Estética da dor,
em que a dor se torna insana e quase sagrada,
parte de um rito de passagem....

Arminda Lopes

Foto: Marcelo Moreira - Exposição Miseráveis - A Estética da Dor
Palácio das Artes - Belo Horizonte/MG