Escultora Arminda Lopes
Bem-Vindos ao meu espaço de expressão!
Arte, palavras, pensamentos e emoções.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Voltando ao Natal

  
                                Enquanto arrumo minha casa filmes da minha vida vão passando e coisas que nunca mais tinham me retornado a lembrança aparecem agora muito vivas.
                                Sempre o Natal na nossa casa foi muito festejado. O Papai Noel aparecia de fato,  quando "estava muito atrasado " ficávamos aflitos e quando menos esperávamos os presentes apareciam arrumados embaixo da árvore.
                                Minha mãe arrumava a árvore e fazia presépio com laguinho feito com espelho, areia colada em papel pardo para parecer a estrada percorrida pelos reis magos. Tinha também a manjedoura onde ela utilizava palha ... Tudo era feito com muito detalhe e carinho.
                                Minha avó, que morava conosco, fazia sempre balinhas, dizia ela, e pendurava na árvore . Eram sete balas porque sete éramos nós crianças irmãos. Na verdade ela enrolava um dinheiro que estipulava a quantia cada ano, em formato de bala e as colocava no meio dos enfeites coloridos e velas pequenas que eram acesas na noite do Papai Noel .
                                 Era muito bom!
                                 As casas todas iluminadas e de portas abertas. As crianças corriam na rua, entravam de porta em porta, para saber o que o o Papai Noel tinha trazido para os outros.
                                 Os vizinhos compartilhavam da alegria ,vinham abraçar e me lembro que nesta noite minha mãe ia até a rua e participava.
                                 Minha mãe sempre foi muito recatada, passava só envolvida conosco e com sua casa. Era também muito tímida e tinha poucos amigos que se visitavam só em dias de festa.
                                 Meu pai pelo contrário estava sempre fazendo barulho. Tudo para ele era muito intenso. Tinha muitos amigos, participava ativamente de tudo o que acontecia na cidade . Ele não gostava de padres, mas íamos as quermesses da Catedral e ele dava todos os lances possíveis para arrematar o melhor da noite. Quase sempre era um porco assado.   Ele era uma verdadeira festa e tinha muito orgulho dos sete filhos.
                                 Minha avó adorava os padres, vivia na igreja e queria nos obrigar a ir a missa aos domingos, o que o meu pai ficava muito brabo.
                                 Agora eu penso que a minha mãe, além das loucuras dos sete rebentos, tinha a sogra e o nosso pai que ocupava muito espaço. Era quase impossível existir espaço para ela .
                                 Morávamos em Santa Maria, lugar em que nasci.

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